segunda-feira, 14 de março de 2011

Pequenos Prazeres

Esse título me faz lembrar um filme...
Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - O fabuloso destino de Amelie Poulain.
Lembro-me como foi a ida ao cinema para assistí-lo. Um dia de chuva pesada em São Paulo. Mas a indicação era valiosa. Internacional. Eu não poderia perder a oportunidade mesmo. E lá estava eu. Toda molhada, sem sapatos(ensopados), mas bem aconchegada no amado escurinho do cinema.
O filme, bem... se tornou um dos meus favoritos. Linda fotografia, o danado chega a ter gosto de cereja. É lírico, poético. Mágico.
Ele fala de tantas coisas e mostra tantas outras... Mas a minha intenção aqui é colocar para fora alguns pequenos prazeres que eu sinto. Assim como a Amélie do filme a Amália aqui também adora enfiar a minha mão dentro de um saco cheio de grãos (feijão, arroz...), assim como ela imaginar, fantansiar histórias por de trás de objetos, pessoas...
Tenho vivido um tempo parado. Um tempo que não faço outra coisa que não seja procurar por emprego, assistir seriados numa sequência quase que desenfreada, trocar o dia pela noite e ainda assim dormir pouco.
Lembro-me de uma sessão na terapia quando a Adri dizia que a força que se faz para mudar um hábito é muito superior à força que você usa para manter os que não são tão bons para você ( como parar de beber, começar uma dieta...)
Pois é. É essa força que eu tenho procurado para sair dessa roda giratória de """maus""" hábitos.
Por isso pequenos prazeres. Não estou menosprezando o valor ou o tamanho dele. Penso em pequeno como algo confortável. Cozy.
Tenho cozinhado. E tenho adorado o exercício de picar a cebola, de cronometrar o tempo para que tudo fique pronto no mesmo simultaneamente. Tiro fotos, ganho elogios. Fico feliz!
Tenho me exercitado. Ido mesmo para a academia. Quem me conhece sabe que já fiz muitas carteirinhas, já fiz muito charme e manhã para ir e continuar treinando. Sinto verdadeiramente que essa vez é diferente. Vou aos poucos. Sem objetivos grandiosos. Um minuto por vez. E por incrível que pareça estou me rendendo e gostando. Não tiro fotos e nem vem ao caso ganhar elogios. Mas eu fico feliz e orgulhosa. Por mim.
Esse final de semana não coloquei a cara pra fora de casa. A não ser para comprar um café puro no Starbucks. Fiquei de pijama, deitada no colchão-sofá na sala, grudada no note, massacrando meu cérebro com seriados. Mas tive companhia. Tomei sorvete do pote. Ri. Chorei. Me senti fora de mim. Sem problemas, sem preocupações.
Não pessoas. Não estou fugindo, não estou me iludindo. Tenho ciência de que na realidade nada mudou. Mas eu fiquei menos focada. As vezes não há nada para se fazer. E também, fazer nada é fazer muito.
Música... Ai a música. Seja em programas de tv, seja no IPod. seja na academia, seja no banho. Viajo, fico longe, tenho pensamentos, sensações e reações físicas.
Tenho olhado muito pela janela. Confesso que a curiosidade pela vida alheia sempre foi grande. Mas não pela fofoca. Mas as vezes é preciso se lembrar que há vida fora de você. E olha novamente a criação de histórias sobre a vida alheia. (o engraçado é quando um personagem aporta no seu apartamento. A realidade se confunde com a fantasia... é uma sensação doida...)
E o que falar do melhor dos prazeres.. O amor..
Mas ele.. aaahhhh ele não é pequeno. Ele é gigantesco. Ele nem mereceria estar aqui. Porque afinal de contas. É o amor, né. Aquele que sempre tem espaço em qualquer papo de mulher (seja falando bem ou mal), ou na bronca de pai para filho. Ou nas lembranças avivadas pelos sonhos loucos das poucas horas de sono.
São 04 da manhã. Já bocejei. Já até escovei meus dentes. Mas a cabeça não quer se entregar a esse prazer que é dormir.
Mas seja lá como for.. É hora de ir. Me entregar aos braços de Morfeu.
Prazer e prazeres!

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