sexta-feira, 27 de abril de 2012

Do the math...

O que você fez com a minha vida. Me fez sorrir e suspirar, mas também me fez sentir saudades e me fez chorar. Me deu motivos para ser uma pessoa melhor, me mimou, me fez sentir capaz. Mas também, me fez lembrar que o mundo não é muito justo.

Mesmo que haja amor, respeito, muito carinho e compreensão. Existem laços mais fortes do que a vontade. Existem convenções que devem ser seguidas. Mas insistimos em pontuar nossos dias com vírgulas, exclamações e muito, muitos pontos de interrogação. As respostas são substituídas por suspiros e o verbo que conjugamos juntos, ainda que pela lógica seja nosso, sempre está na 3a pessoa.

E ainda tenho que fazer contas para saber se irei caber na sua vida. E o resultado da minha soma sempre é a divisão... E mesmo que eu não me importasse com tanta matemática.. como se já não bastasse a minha eterna vontade de ser... Ser de alguém, ser algo de alguém... É essa subtração do vir a ser que me entristece.

Mas eu sou forte. E eu me conheço. Minha tristeza não me domina. Tanto. Mas busco seguir em frente,crescer, me fortalecer mais ainda. Porque eu sei que no final das contas, mesmo que em débito, valeu a pena, te sorrir, te fazer feliz, te querer perto de mim. Porque quando as coisas foram reais... aahhh essas sim... me dizem que eu posso.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aquilo que é meu sem ser

Seja por vontade. Por posse. Por rotina. Por inveja.
Ter aquilo que não se tem é o mesmo que desejar saúde quando se espirra.

Seja a escova de dente (que é minha e alguém pegou sem pedir)
Seja o namorado (que não é meu, mas é de alguém, e esse alguém podia ser eu)
Seja o apartamente de Vancouver (que foi meu, e hoje é de alguém... será que é feliz como eu fui?)
Seja o perfume (que era meu e alguém pegou sem pedir, sem eu deixar)
Seja o/a amigo/a (que eu conquistei primeiro, mas alguém mais legal (?) mais interessante (?) melhor (?) que eu se apoderou)

Seja a infinidade de coisas que vem e vão. Sejam, são, foram....

O fato é: estou carente de ter o que chamar de MEU. De ter posse de algo verdadeiramente MEU. E que tenha a duração maior do que... um beijo talvez.

E olha a diversidade dos exemplos. Coisas compradas, conquistadas, herdadas... mas todas.. todas indiscutivelmente... foramtiradas, tomadas, arrancadas de mim....

MINHAS opiniões não importam.

O nome do filho (que não será MEU) no fundo não me importa. Não é MEU mesmo que eu quisesse apenas brincar, permear com a leveza da felicidade (que filho traz) eu não poderia. Não é MEU.

A assadeira cuidadosamente tirada de cima da mesa, para abrir espaço para jantar e ainda pensando em preservar a originalidade do sabor... vira motivo de discórida, bateção de pé... Eu só queria ajudar... ambos os lados. Minhas "soluções" não são práticas, nem aceitas. Tem uma razão para aquela forma, com aquela massa, estar em cima daquela mesa. E essa verdade... Ela também não é MINHA.

A roupa, que também era minha, sofre para ser lavada... em detrimento de uma única peça dentro da máquina.. Esperando apenas que as peças coloridas a fizessem companhia. Roupas escuras não.

Pedacinhos do dia a dia. Que o cachorro da família, que não é só MEU observa com a sua paciência senil. Ele não opina. Mas pode descontar certas frustrações num toco de madeira ou numa bola. Que é SUA... e ficar num silêncio profundo. Sem dar suas opniões furadas, sem desejar ter aquilo que não lhe pertence... Talvez esteja ai a motivação que me falta...