domingo, 13 de abril de 2014

Promessa

Prometi que voltaria a escrever. Não cumpri. Ou estou cumprindo na hora que deveria. Um misto de tristeza. Complexidade. Insegurança. Um mundo de possibilidades.
O que o resultado de uma pesquisa não faz. Mexe com o passado. Faz entender o presente e querer mudar o futuro.
Não eh fácil. Não eh simples. Mas eh necessário. E uma das decisões mais difíceis que tomei na minha vida.... Tomei essa semana.
Viver o luto. Chorar a mágoa. Espantar a tristeza. Exorcizar o medo. Encarar de frente.
Não. Não escrevo isso para ninguém mais a não ser eu mesma. Como um guia para me fortalecer. Como uma lembrança de um (raro) momento de lucidez... De rosto seco. Mas ainda de coração descompassado, maos trêmulas... E esperanças em check.
A parte mais difícil de todas eh me olhar no espelho. E me reconhecer. Me encontrar. Entre tantas coisas que já passei..  A que mais tem saltado aos meus olhos nesses dias...  Eh resquício daquela noite de julho. Apesar de inverno não fazia tanto frio. A fogueira ajudava. Era uma época que eu nem bebia. Eu era criança. Eu nem sabia o que era vida. Mas tinha alguém que sabia. E não pensou duas vezes em querer me forçar a crescer.....
Me puni por anos. Ate que abafei os sentimentos e fui viver. E vivi bem até.
Conheci muita gente, reencontrei tantas outras. Mas sempre tinha aquela manchinha....
Ate que conheci um amor.
E entao achei que podia ser libertada e  acreditei demais que eu podia e que eu era digna. Ele parecia ter me dado o passe mágico para limpar anos de escravidão. Desmerecimento. Culpa.
Mas o encanto acabou. E a mesma mágica do bem. Virou feitiço. E a escuridão chegou, voltou, ficou. Anos de comportamento destrutivo. Companhias que não acrescentavam muito à minha estima. Mas meus desejos estavam satisfeitos. Meus impulsos atendidos.
Não posso generalizar. Eh claro. Mas aqueles que foram mais próximos e constantes sempre foram os mais destrutivos.
Mesmo fora do país a corrida continuou. Dólares e dólares gastos com bebidas.
E supondo estar segura de volta em casa.... Foi onde eu me apaixonei. Perdidamente. Por uma das melhores pessoas que eu conheço nesse mundo.
But... Like always.  . its toooooo complicated.... E todo o inconsciente volta. E embarcar naquilo que não tem futuro eh o mais lógico quando se acha indigna. Culpada. Não merecedora... Apesar de toda a força dessa paixão...

Acontece que eu cansei de ser assombrada por aquelas pessoas que não existem na minha vida e sequer se lembram do que me fizeram. E se lembram.... Fodam-se. Eu quero ser a dona da minha vida.
Fácil não esta sendo. Mas farei sozinha e por mim. Porque de culpa, desmerecimento, migalhas e segundo plano... Eu já tive muito.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mantinha sua boca vermelha. 
Parecia ter sido beijada com intensidade, com aquele amor, sincero. 
Era apenas seu batom... sabor cereja. 

Tinha um cheiro único. Súbito. Sedutor. 

Ficava na pele aquele abraço que era sempre o mais demorado. 
troca de amor. Aquele, sincero. 

 A lâmpada acessa, mesmo durante o dia, fazia lembrar certas madrugadas do verão. 

e justamente por não ficar acessa. 
Era o sinal da felicidade. 

 Das músicas antigas que insisto em ouvir , brotam as novas-mesmas lágrimas. 

E com elas toda a palpitação, a falta de ar, a falta de chão.. porque é a distância de você, é a falta de você que as vezes é suficientemente difícil de conviver. 

Ainda mais aceitar. 


Levaria comigo suas mãos atreladas às minhas. 

 Rodaria o mundo, acelerando nas estradas, encarando tudo! 
De frente para aquilo que me faz tão tristemente feliz. 

 Essa ambiguidade do amor que sinto, digo, que teimo em sentir..me torna fraca, saudosa, carente, reticente.... sonolenta até. Porque ando insistindo muito em te amar, sem a opção de te conquistar por inteiro. 


 E então, passa o dia, passa a noite mal dormida, passa a semana de amor... para acumular um ano de alegrias e vontades, dois anos de saudade e maturidade, três anos de escolhas, mudanças e esquecimento. 


Parece que essa é a conta certa da celebração. Porque um ano depois... você ainda é indispensável para meu coração, para o meu abraço, para o meu respirar. E depois daquele dia, que eu não te vi, nem te toquei e que foi o dia que eu mais te amei.... ainda sinto aquela sensação e assim... somo dias e dias... sem te ver, mas...


Correr o mundo sem você não me parece tão alegre. Mas é a única opção que tenho. Só me resta esperar que a luz se apague, o mundo silencie, você adormeça e eu... te esqueça.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

E então..

Meses, sem uma simples palavra. Sem uma simples expressão do que sinto, sei, aprendi. Isso não signifca silêncio do lado de cá! Não... muito pelo contrato. Ebulição total. Relacionamentos, trabalho, notícias, apreensão... Em resumo com mais detalhes: muito trabalho graças a Deus. Meu sobrinho nascendo prematuramente, kilos a menos, pilates sempre, pessoas, sensações, aniversário, Canadá diariamente mesmo a km de distância! Minha avó, minha família. Tantos questionamentos sem respostas. Isso é tão difícil de lidar. Algumas lágrimas, um amor que não me pertence! Saudades com mtos nomes, formas e cheiros.. Mas ... como eu disse outro dia (e estou colocando aqui para não perder a escrita) Em 25/07 Há uma semana meu corpo, minha mente estavam prestes a experimentar uma das mais incríveis sensações. Porque não dizer também que foi a mais estranha. Há uma semana minha vida também ganhou um novo rumo... Hoje penso melhor no que comer, como me portar, como agir com o próximo... como pensar e planejar o meu futuro e qual impacto disso tudo. Nunca te toquei. Te vi uma única vez, por menos de 30 miunutos... Mas sempre que penso em você, sempre que falo de você, me emociono. E não é pra menos. Você é a continuidade da minha vida, é por você que tenho acordado mais feliz, tenho rezado com mais fé e tenho acreditado que todos os meus medos... são nada diante da força que você me dá! Obrigada meu pequeno grande guerreiro! A titia (lelé da cuca) te ama demais! #TeamBernardo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Do the math...

O que você fez com a minha vida. Me fez sorrir e suspirar, mas também me fez sentir saudades e me fez chorar. Me deu motivos para ser uma pessoa melhor, me mimou, me fez sentir capaz. Mas também, me fez lembrar que o mundo não é muito justo.

Mesmo que haja amor, respeito, muito carinho e compreensão. Existem laços mais fortes do que a vontade. Existem convenções que devem ser seguidas. Mas insistimos em pontuar nossos dias com vírgulas, exclamações e muito, muitos pontos de interrogação. As respostas são substituídas por suspiros e o verbo que conjugamos juntos, ainda que pela lógica seja nosso, sempre está na 3a pessoa.

E ainda tenho que fazer contas para saber se irei caber na sua vida. E o resultado da minha soma sempre é a divisão... E mesmo que eu não me importasse com tanta matemática.. como se já não bastasse a minha eterna vontade de ser... Ser de alguém, ser algo de alguém... É essa subtração do vir a ser que me entristece.

Mas eu sou forte. E eu me conheço. Minha tristeza não me domina. Tanto. Mas busco seguir em frente,crescer, me fortalecer mais ainda. Porque eu sei que no final das contas, mesmo que em débito, valeu a pena, te sorrir, te fazer feliz, te querer perto de mim. Porque quando as coisas foram reais... aahhh essas sim... me dizem que eu posso.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aquilo que é meu sem ser

Seja por vontade. Por posse. Por rotina. Por inveja.
Ter aquilo que não se tem é o mesmo que desejar saúde quando se espirra.

Seja a escova de dente (que é minha e alguém pegou sem pedir)
Seja o namorado (que não é meu, mas é de alguém, e esse alguém podia ser eu)
Seja o apartamente de Vancouver (que foi meu, e hoje é de alguém... será que é feliz como eu fui?)
Seja o perfume (que era meu e alguém pegou sem pedir, sem eu deixar)
Seja o/a amigo/a (que eu conquistei primeiro, mas alguém mais legal (?) mais interessante (?) melhor (?) que eu se apoderou)

Seja a infinidade de coisas que vem e vão. Sejam, são, foram....

O fato é: estou carente de ter o que chamar de MEU. De ter posse de algo verdadeiramente MEU. E que tenha a duração maior do que... um beijo talvez.

E olha a diversidade dos exemplos. Coisas compradas, conquistadas, herdadas... mas todas.. todas indiscutivelmente... foramtiradas, tomadas, arrancadas de mim....

MINHAS opiniões não importam.

O nome do filho (que não será MEU) no fundo não me importa. Não é MEU mesmo que eu quisesse apenas brincar, permear com a leveza da felicidade (que filho traz) eu não poderia. Não é MEU.

A assadeira cuidadosamente tirada de cima da mesa, para abrir espaço para jantar e ainda pensando em preservar a originalidade do sabor... vira motivo de discórida, bateção de pé... Eu só queria ajudar... ambos os lados. Minhas "soluções" não são práticas, nem aceitas. Tem uma razão para aquela forma, com aquela massa, estar em cima daquela mesa. E essa verdade... Ela também não é MINHA.

A roupa, que também era minha, sofre para ser lavada... em detrimento de uma única peça dentro da máquina.. Esperando apenas que as peças coloridas a fizessem companhia. Roupas escuras não.

Pedacinhos do dia a dia. Que o cachorro da família, que não é só MEU observa com a sua paciência senil. Ele não opina. Mas pode descontar certas frustrações num toco de madeira ou numa bola. Que é SUA... e ficar num silêncio profundo. Sem dar suas opniões furadas, sem desejar ter aquilo que não lhe pertence... Talvez esteja ai a motivação que me falta...